A Igreja prepara-se para acolher milhares de jovens vindos de todo mundo para celebrar a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em 2013. Uma intensa programação para levar o mundo a manter acesa a preocupação com nossa juventude. Preocupação que vem de longe. Já no encerramento do Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI afirmava a confiança e o amor com que a Igreja olha para a juventude. Somos, agora, instados a, entre os tantos legados que a JMJ tem deixado para a juventude em cada encontro mundial, deixar também um legado no âmbito do que temos chamado Caridade Social.
Na verdade, desde o inicio de seu pontificado, o Papa Bento XVI, dando continuidade à reflexão do Magistério da Igreja, vem acentuando a profunda relação existente entre a realidade da fé e o agir humano.
No recente documento “Porta Fidei”, mais uma vez nos chama a atenção para a relação. Há um único caminho entrelaçado, a vivência da Fé e o exercício da caridade. Um caminho longo que percorre toda a história da salvação e se manifesta de forma extraordinária na vida e mensagem de Jesus Cristo.
O exercício da caridade é, por assim dizer, a ponte que vai unindo indelevelmente este nosso mundo com a eternidade em Deus. Mundo onde as vozes da morte querem eliminar a vida. E, por isso, as vemos atacando em todos os setores, da violência da guerra ao descuido com o meio ambiente, passando pela ganância dos mercados econômicos e a formas de destruição contra a vida humana manifestadas já na sua origem e ao longo dela.
O Santo Padre nos diz que não podemos nos tornar indolentes na fé, pois ela é a companheira de vida, que permite perceber, com um olhar sempre novo, as maravilhas que Deus quer realizar por nós. A fé nos ajuda a identificar os sinais dos tempos no hoje da História, e impele a nós tornarmos sinal vivo da presença do Ressuscitado no mundo.
O mundo tem hoje particular necessidade do testemunho vigoroso de quantos, iluminados na mente e no coração pela Palavra do Senhor, são capazes de abrir o coração e a mente para a vivência da caridade.
Diante da vida de tantos jovens que vão conhecendo a experiência do sofrimento, da solidão, do abandono, queremos ser a voz consoladora de Cristo para eles. Precisamos ser o Cirineu que ajuda a suportar o peso da cruz de cada dia.
Assim, o legado social da JMJ aponta na direção de uma das pragas que atinge nossa juventude: o mundo das drogas. Queremos ser o bom samaritano que se aproxima e se coloca disponível para ajudar a encontrar O sentido da vida. Prevenir, acolher, recuperar para a vida, eis a nossa missão. A sociedade necessita do testemunho dos que, iluminados pela Palavra do Senhor, tornam-se sinal vivo da presença do Ressuscitado no mundo. Mãos à obra!
Côn. Manuel Manangão
Vicariato Episcopal para a Caridade Social
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